Não é preciso correr sempre a mesma distância e numa velocidade específica
Quem vê de fora e não está
familiarizado com os treinamentos de corrida pensa que se preparar para
uma prova é correr grandes distâncias por um longo período de tempo.
Há, ainda, quem jure que corredores têm três velocidades: andam, trotam e
correm. Não é assim. Existem vários formas de treinar e muitas delas
podem ser aplicadas a um mesmo tipo de prova. A cada dia de treinamento,
você pode correr num ritmo diferente, alterando a velocidade, em pisos
diversi. cados ou simplesmente deslizar, sem presa, pelo asfalto, como
se fosse um iniciante cauteloso, sem noção de suas possibilidades. O
objetivo é preparar o corredor em todos os aspectos, visando um melhor
condicionamento físico ou adaptar o corpo à distância e ao ritmo que se
pretende imprimir na prova.
Em um treinamento bem organizado é
preciso se orientar por planilhas, espécie de manual que determina o
tempo e como o corredor deve correr. Nelas são encontrados diferentes
tipos de treino, adaptados para a distância que se pretende treinar.
Tudo muito seguro, e_ ciente e com um objetivo bem determinado. Eis
alguns dos treinos mais comuns:
1 LONGO
Também conhecido como treino de rodagem,
consiste em correr longa distância em baixa velocidade. É a mais
manjada forma de se treinar. O ritmo é confortável para melhorar a
capacidade cardiorrespiratória e eliminar o ácido lático, acumulado por
conta dos treinos intensos. A velocidade de corrida é praticamente a
mesma empregada no aquecimento para os treinos mais intensos ou após os
mesmos, como “relaxamento”. Geralmente é feito no final de semana,
quando há mais tempo para correr. Também fortalece a musculatura das
pernas.
2 RITMO
Quando se percorre distâncias longas (5
km ou 10 km) em velocidade alta, entre 80% e 90% da capacidade máxima. O
objetivo é baixar tempo. É, de fato, puxado, levando o corredor à
exaustão. Se o corredor não estiver devidamente preparado para ele,
pode terminar a sessão com náuseas e dores abdominais.
3 INTERVALADO
Consiste em alternar a velocidade
durante a corrida. Também é chamado de treino de “tiros”. O tiro é o
período mais rápido da corrida. É bom para melhorar a velocidade e
elevar o VO2 máximo e exige, pelo menos, 72 horas de recuperação antes
do próximo treino.
4 FARTLEK
Talvez o treino mais democrático que
existe: o corredor tem liberdade para alternar velocidade e o tipo de
terreno. De origem sueca, pode ser traduzido como “brincar de correr”.
Os nórdicos criaram esse treino por nem sempre poderem treinar em
ambiente externo por causa do frio e do acúmulo de neve no inverno.
Muitas vezes con nados em quadras, sem a
devida noção da distância, eles corriam, aleatoriamente, alternando a
velocidade ou transpondo obstáculos. Além de melhorar a velocidade, esse
tipo de treino prepara o corredor para as acelerações e desacelerações
da prova.
5 TEMPO RUN
Consiste em percorrer uma distância
determinada seguida de pausa. Os “tiros” são mais longos que no treino
intervalado e num ritmo similar que o corredor pretende fazer na prova. O
objetivo é adaptar melhor o corpo à velocidade da competição.
6 REGENERATIVO
Também conhecido como treino de
“recuperação”, consiste em correr em baixa velocidade com o intuído de
descansar o corpo sem perder o condicionamento. A distância é bem mais
curta que nos treinos longos. Pode ser feito até três vezes na semana,
depois dos treinos mais pesados.
7 BIOMECÂNICO
O mais leve dos treinamentos. O objetivo
é corrigir a postura apurar a técnica através de movimentos
sincronizados e perfeitamente coordenados. Aqui, velocidade, ritmo e
distância não contam: a intenção é fazer com que o corredor não pareça
um boneco desengonçado durante a prova.
(Matéria publicada no Guia de Treinamento nº 1, 2012)
EXCELENTE POSTAGEM
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